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Guilherme Boulos fala sobre reforma tributária, violência e um novo modelo de governabilidade em palestra na ACRJ

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) recebeu nesta terça-feira, dia 31, o candidato à Presidência da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Guilherme Boulos, para palestra sobre seus planos de governo e suas aspirações para o país. O tom do discurso foi baseado na reforma tributária progressiva e na desigualdade social e violência. “Não é admissível ter uma tributação sobre consumo e produção que corresponda a 49,7% de toda arrecadação do país e, ainda, ter uma subtributação sobre venda e patrimônio e uma subtributação em operações financeiras. Isso gera uma desproporção tal em que os 10% mais ricos do país pagam em torno de 21% de tributos em relação à sua renda. E os 10% mais pobres pagam algo em torno de 52% em relação à sua renda”, afirmou. “Nosso programa e nosso governo terá o compromisso em retomar a tributação sobre lucros e dividendos que hoje é o caminhão de elisão fiscal”, completou.

Indagado sobre a importância da Intervenção, Boulos reforçou que não a enxerga como solução para a questão da violência e da segurança no Rio de Janeiro. “Acreditamos que há um debate a ser feito como modelo. No Brasil, há 30 anos, a solução para a segurança pública é mais militarização, mais punição, mais presídios. O foco deve ser prevenção e inteligência. Defendemos a PEC 51, que é a implementação do ciclo completo de polícia e desmilitarização delas, como, aliás, já é na maior parte dos países do mundo”, apontou. “Antes de se discutir sobre a construção de presídios, temos que discutir a construção de escolas. Antes de se discutir a redução de maioridade penal, para dar a primeira sentença para o jovem, é preciso dar condições para o primeiro emprego. E isso não é demagogia. Peguem todos os dados, eles evidenciam que onde há maior violência há menos oportunidades de emprego, de educação, de lazer, de cultura, sobretudo para a juventude”, concluiu o presidenciável.  

Boulos ainda falou da morte da vereadora do PSOL, Marielle Franco, assassinada em março deste ano. “No orçamento de 2016 foram investidos R$ 8 bilhões em segurança pública no Rio, e para a área de Inteligência foram R$ 26 mil. Está aí uma das respostas do porquê não se descobriu até hoje quem matou a Marielle”, criticou.

Durante o evento, o coronel Robson Queiroz Mota, que faz parte da equipe de Relações Institucionais do Comando Militar do Leste e do Gabinete de Intervenção Federal, explicou que dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que todos os índices de criminalidade, menos os de confronto armado, têm caído. O militar disse, ainda, que estão sendo feitas reestruturações nos equipamentos, sistemas de inteligência integrada, entre outros pontos, que será o legado que a Intervenção deixará para os próximos governos e para a sociedade. O candidato comentou a fala do coronel e encerrou a palestra explicando que a melhor forma de lidar com a questão da segurança pública não está na troca de tiros, mas, sim, em fazer com que o fuzil não chegue naqueles que estão atirando.

Textual Comunicação
Assessoria de Imprensa da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)
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