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Música no Museu celebra 21 anos de sucesso

Música no Museu celebra 21 anos de sucesso

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Música no Museu celebra 21 anos de sucesso

19 de março de 2018 | ArtigosMaria Luiza Nobre

O projeto Música no Museu, criado pelo empresário Sergio da Costa e Silva em 1997, festeja seus 21 anos em 2018, com realizações de concertos, vários festivais, turnês internacionais, tudo produzido com muita competência e sucesso constante. A idéia nasceu durante as viagens do empresário ao exterior, onde era assíduo freqüentador de museus como o Metropolitan, MoMA e Guggenheim em Nova Iorque, Louvre e Picasso em Paris, Prado em Madrid, Gulbenkian em Lisboa entre outros tantos, onde teve a oportunidade de ouvir os constantes programas de música clássica que são agendados em seus espaços que transbordam cultura.

O amadurecimento da forma com que desejava concretizar o projeto no Brasil, foi rapidamente desenvolvida por Sergio, que logo encontrou a parceira ideal, a grande dama das artes plásticas Heloisa Aleixo Lustosa, que na época dirigia o Museu Nacional de Belas Artes. Após aplaudir uma idéia que jamais tinha sido realizada no Rio de Janeiro, Heloísa, então, deu o sinal verde e abriu as portas do Museu Nacional de Belas Artes para a estréia da série de concertos, começando assim a agenda constante de apresentações diárias, com platéias sempre lotadas, um novo público ávido de opções e um novo conceito. Assim nascia a série Música no Museu, ativa e altiva nos seus 21 anos de existência.

Reconhecida pelo RankBrasil, a versão brasileira do Guinness Book ,como a maior série de música clássica, representou uma mudança no calendário musical da cidade, pois a série que acaba sempre no mês de dezembro, recomeça imediatamente em janeiro com os Concertos de Verão, e apesar do clima quente da cidade, todos os concertos são disputados, com platéia quase cativa, nos locais sempre muito bem refrigerados. Jamais a cidade teve concertos em janeiro, pois as temporadas só começavam em março e muitas somente em abril, e graças ao esforço do batalhador empresário a cidade já começa o ano com muita música clássica nas agendas.

Entre as muitas inovações e celebrações, veio o Festival Internacional de Harpas, já na 13ª edição, e graças a importância mundial que o evento representa, a cidade do Rio de Janeiro inseriu-se definitivamente no calendário internacional da música no mês de maio, e, tornou-se, portanto, a Capital Mundial da Harpa. É uma verdadeira loucura a correria constante do público para ver os concertos que vão desde  São Cristóvão no Museu do Conde de Linhares até o Forte de Copacabana, um vai e vem arrepiante, de instrumentos, artistas, uma imensa torcida, tudo a serviço da música. O mesmo acontece com o Festival de Sopros, RioWindsFestival já na sua 10ª versão.

As emoções podem ser grandes e os números também, pois a série nesses 21 anos, foi recebida em 80 espaços no Brasil , de norte a sul, com mais de 500 concertos anuais, deu a oportunidade a 2500 músicos por ano, de  pisarem em palcos, uns pela primeira vez na vida e outros com a possibilidade de continuarem suas carreiras, quem sabe já esquecidas. Estrelas internacionais, também chegam, vindas de todos os países do planeta para se apresentarem na cidade maravilhosa que tão bem foi traduzida em um quadro da artista plástica Isabela Francisco, além de obras de Ziraldo, Carlos Bracher, Sonia Madruga,  entre muitos  outros artistas plásticos e que ora fazem parte da Sala Música no Museu na Academia Brasileira de Filosofia.

A etapa internacional do projeto começou em 2005 em Paris e já em 2006 a agenda estava lotada quando se tornaram expressivas em terras estrangeiras, os importantes concertos realizados na sala de música de câmara do Carnegie Hall em Nova Iorque, Lacma em Los Angeles, Kennedy Center em Washington, Republica Tcheca, Marrocos, India, Itália, Alemanha, Austria, Chile, Argentina, Vietnam e Australia, fazendo o mundo conhecer  músicos e a boa música brasileira de concerto. Assim, em cidades de países de todos os continentes.

Com o êxito obtido, as várias participações se multiplicaram, como as comemorações de 200 anos da Chegada da Corte de Portugal ao Brasil com concertos no Rio de Janeiro e nas cidades históricas de Minas Gerais e de Portugal, o primeiro evento cultural em São Cristóvão, Sergipe, logo após a escolha dessa cidade como patrimônio cultural da Humanidade pela UNESCO. Também teve expressiva presença na visita do Papa Francisco ao Brasil, quando realizou 30 concertos, só com músicos jovens dentro da programação do Encontro Mundial da Juventude, essas são apenas algumas das extensas realizações do projeto.

Sediou em 2009 a  Pianestival, que é o Festival Internacional de Pianistas Amadores, realizado pela primeira vez na América Latina, e que até então tinha suas edições em cidades da Europa e África. Da mesma forma esteve presente, em 2010, no Concours S.A.R Princesse Lalla Meryen , que é o Concurso Internacional de Piano do Marrocos, oferecendo inclusive como um dos prêmios, uma a apresentação dos vencedores no Palácio São Clemente, sede do Consulado de Portugal no Rio de Janeiro. Destaque, também, para a apresentação do vencedor do Concurso Internacional de Piano de Santander, realizado na Espanha, que através da parceria com o Comitê Brasileiro de Música, CIM-UNESCO, enviou seu laureado para um recital especial, no Palácio São Clemente, Consulado de Portugal no Rio de Janeiro, do vencedor do certame.

Também renova o panorama da música clássica no Brasil através do Concurso Jovens Músicos-Música no Museu, já na nona  versão e que recebe a cada ano uma bolsa de U$105 mil da James Madison University-uma escola Steinway- para o vencedor, tida como uma das maiores quantias oferecidas como prêmio em certames de música clássica. Para total consagração, oito jovens músicos brasileiros já cursaram e cursam essa Universidade, onde finalizarão seus cursos de aperfeiçoamento a nível de Mestrado e Doutorado.

Ao completar 15 anos em 2012, realizou uma programação especial que incluiu os melhores concertos da Série com destaque para a apresentação do pianista Nelson Freire em São João del Rei, com uma prévia do célebre concerto em Tiradentes. Outro grande diferencial da Série é a absorção de iniciativas sociais junto a Comunidades dando espaços para apresentações de suas orquestras na programação da série, assim como a imensa oportunidade de levar a música clássica aos diferentes locais comunitários.

Sempre inovando, Sergio da Costa e Silva faz questão de um diferencial muito ímpar, que todos os concertos sejam realizados com entrada franca, da mesma forma que se preocupa com a responsabilidade social de levar alunos de escolas para assistir os eventos, e depois visitar os locais, museus, centros culturais , palácios, igrejas, pontos turísticos das cidades, e até mesmo clubes que tenham um vínculo histórico. Além de democratizar o acesso à cultura diariamente, é sensível ao fato de que os jovens que começam suas carreiras não têm muitos locais para realizarem suas apresentações e todos sabemos que somente e tão somente é no palco que se aprende a controlar e a estabilizar os nervos de todos os que desejam ser artistas. 

Nestes 21 anos de atividades, que nesse ano são celebrados, já registra um público superior a um milhão de  pessoas, e segundo Sergio da Costa e Silva, uma mídia espontânea de milhares de registros em vários segmentos da imprensa escrita e falada. Realiza pesquisa dinâmica de seu público no Rio de Janeiro com o perfil por idade, profissão, bairro e meio de transporte e que já gerou um significativo mailling superior a  110.000 nomes, recebendo  a programação mensal, semanal e diária através de uma empresa de e-marketing. No Brasil são inúmeros os veículos de divulgação parceiros do projeto, como rádios, TVs, jornais, revistas, internet, e no exterior são destaques as matérias no New York Times, em Nova Iorque e Le Monde de la Musique em Paris, apenas para exemplificar o leque de ações conseguido ao longo de décadas de trabalho árduo. 

Também a excelência do projeto é reconhecida e aplaudida, com os mais de  30  prêmios e honrarias nacionais recebidas, como a Ordem do Mérito Cultural, Golfinho de Ouro, Embaixador do Rio, São Sebastião da Arquidiocese do Rio, Urbanidades do IAB, e também  os prêmios internacionais como Cultura Viva da Unesco, Latin American Awards, na PUC em Buenos Aires, Lazos Hispanicos-Cultura Viva em Madrid, Excelência em Cultura em Lisboa.

A temporada no Brasil é dividida em Concertos de Verão, Outono, Inverno, Primavera, Natal, Carnaval, o RioHarpFestival, Festival Internacional de Harpa, o Festival Internacional de Sopros, além de cada mês homenagear um tema ou um instrumento especial. 

Assim janeiro e fevereiro enfatiza os Clássicos do e no Carnaval, em março, mês das mulheres, musicistas mulheres tocando, preferencialmente músicas compostas ou com nomes de mulheres, maio é o mês das harpas o RioHarpFestival, junho e julho são os meses da voz com coros, corais, sopranos, contraltos tenores, baixos,  todos cantando as árias de óperas. Já agosto é o mês das cordas, setembro dos pianos, outubro da percussão, novembro dos sopros, RioWindsFestival e dezembro os concertos de natal.

E para os que pensam que o ano vai acabar, Sergio da Costa e Silva recomeça o ano com seu incrível sucesso, que é a Série Música no Museu.

“Quando comecei a Musica no Museu não imaginava este sucesso e que chegasse ao Brasil de Norte a Sul e muito menos a cidades de paises de todo o mundo ai com a imprtante parceria do Itamaraty e das nossas Embaixadas e Consulados. Estou muito feliz com este sucesso mas a fórmula foi perfeita quando conseguimos unir espaços históricos maravilhosos, musicos de excelente qualidade e prestigio ao lado dos jovens talentos, atrações internacionais apoiadas pelos seus Consulados, midia generosa e um excelente publico que lotou e lota seus concertos, e, claro, dos patrocinadores de prestigio ao lado do Ministerio da Cultura, Secretarias de Cultura estadual e municipal da várias cidades bra sileiras que nos apoiam. Isto além da boa vontade dos funcionarios de todos os espaços onde a serie é realizada e a aguerrida equipe de Musica no Museu que leva adiante todo este desafio. Sou grato a todos”, concluiu Sergio. 

Maria Luiza Nobre
Vice-presidente da ACRJ