Vivemos um problema de corrupção no Brasil que passa muito mais pela falta de conscientização do que pela falta de conhecimento ou punição. A maioria da população brasileira tem conhecimento do que deve ou não ser realizado no meio social. A nata da sociedade, mais conhecida como elite brasileira, tem, na sua maioria, conhecimento das leis e regimentos que são praticados no país. O acesso aos inúmeros meios de comunicação (internet, mídias sociais, televisão, etc) tem dado à grande massa informações suficientes com relação às boas práticas para vivermos em sociedade.
Temos leis com o intuito de proteger grupos como mulheres, negros, crianças e adolescentes, homossexuais, entre outros. Porém, vivemos num país no qual 54% da população é negra, e mais de 90% dos protagonistas ainda são brancos na publicidade. Segundo o índice global de publicidade de excelência criativa, o Brasil ocupa o 4º lugar mundial, perdendo apenas para Estados Unidos, Inglaterra e Austrália respectivamente. Mas a participação da população negra ainda deixa a desejar.
Com relação à distribuição de renda, um dos últimos coeficientes de Gini calculados ultrapassou 0,54, indicando um alto índice de desigualdade social. O que falta então para vivermos em uma sociedade mais justa? Falta conscientização! Os brasileiros precisam se conscientizar de que exercem um papel fundamental na construção de um país que tem tudo para entrar de uma vez por todas na rota do crescimento.
Estatísticas mostram que empresas que possuem uma cultura mais igualitária chegam a ser até 10% mais lucrativas. Toda e qualquer escolha que é feita no âmbito individual, sempre, indiscutivelmente, afetará o âmbito coletivo. Como contribuir de forma efetiva para a retomada do crescimento?
Em agosto e setembro praticamente todos os indicadores econômicos estavam em baixa, colocando em dúvida a possibilidade de recuperação da economia. Contudo, depois de uma recessão histórica, não se pode esperar uma recuperação galopante.
Em termos de política monetária, a queda da Selic pode ser um bom sinal, mas o ideal mesmo é que a economia se organize em torno de um crescimento menos dependente do governo e mais confiante no setor privado.
O estado do Rio de Janeiro representa a segunda maior economia do país. A Cidade Maravilhosa, conhecida internacionalmente por sua beleza estonteante, possui uma relevante indústria turística. Segundo o Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão, o Rio é a porta de entrada do país e o turismo responde por 4% do PIB do estado.
O estado conta ainda com indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, químicas, de alimentos, entre outras. O setor industrial é o segundo setor mais representativo do Rio de Janeiro, e corresponde a cerca de 32% do PIB estadual. Essas indústrias estão concentradas nas cidades do Rio de Janeiro, Macaé, Volta Redonda, Três Rios e Porto Real.
A principal atividade econômica do Rio está ligada ao setor terciário e essencialmente à prestação de serviços. No segmento do varejo, abriga excelentes empresas as quais exercem um papel essencial para alavancar a economia do estado.
O setor de óleo e gás promete movimentar o mercado de trabalho no Rio, incluindo profissionais da área e outros interligados a ela. De acordo com o secretário-executivo de exploração e produção do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antônio Guimarães, a expectativa é de que, até 2020, surjam mais de 500 mil oportunidades diretas e indiretas no setor.
Deixemos de lado as más notícias e abracemos com mais confiança as oportunidades que se acenam, lembrando que pode haver maior resistência a curto prazo, mas a longo prazo os ganhos serão compensadores. Pode parecer pouco, mas se praticadas, algumas atitudes fazem muita diferença.
Precisamos rever as leis para os que as infringem? Certamente! Mas enquanto esse projeto maior não acontece, façamos nossa parte individualmente.
Cristiana Salles
Economista e Conselheira da Associação Comercial do Rio de Janeiro