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Correção de desigualdades é caminho para o Rio se tornar uma cidade mais justa pós-pandemia

“Esse é um momento inédito. Temos uma cidade com 12 milhões de habitantes e a pandemia nos mostrou, de modo muito evidente, as enormes dificuldades que as nossas cidades enfrentam pelas desigualdades intraurbanas”, constatou o arquiteto e presidente do Comitê Executivo do 27º Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2021, Sergio Magalhães, durante o webinar da ACRJ, realizado no dia 6 de julho.

Segundo ele, só com uma cidade mais justa e estruturada, é possível que haja desenvolvimento econômico para o pequeno e médio empresário.

O arquiteto Celso Rayol, que também foi um dos convidados para o webinar, acrescentou que o momento é importante para estabelecer bases mais sólidas de debate e criar uma cidade mais justa, com saneamento e saúde para todos. “A pandemia, diante de todos os desafios que apresentou, trouxe algo enriquecedor. Nunca promovemos tantos debates sobre arquitetura e urbanismo nas redes”, disse. Para ele, o crescimento desse tipo de discussão pode trazer resultados no futuro, com mais conhecimento sobre o assunto circulando pela sociedade.

E para aproveitar o momento de debater os problemas urbanos do Rio pós- pandemia, Sergio Magalhães defendeu a apresentação de uma agenda propositiva à prefeitura da cidade. “Reduzir a desigualdade não exige grandes investimentos internacionais, mas investimentos que já existem no Brasil. Acredito que teremos condições de oferecer propostas para desenvolver o Rio de Janeiro”, acrescentou.

Celso Rayol defendeu o ensino de noções de Arquitetura e Urbanismo em escolas públicas e privadas, como forma de desenvolver uma nova geração preparada para contribuir com os novos desafios do ponto de vista urbano. “Na hora que novas leis são criadas, é necessário estarmos mais preparados. A população precisa se sentir co-autora da cidade. Dessa forma, o meio urbano seria mais plural e igualitário.” Ele sugeriu ainda a necessidade de pensarmos em formas de levar a produção acadêmica sobre o tema das universidades para os governantes.

Para o futuro, Sergio Magalhães considera que é preciso começar a tomar iniciativas agora, tendo em vista os efeitos das mudanças climáticas que surgem no horizonte. Além disso, ele explicou que a expansão das cidades pode gerar consequências catastróficas para a economia nos próximos anos. “A quantidade de moradias no Rio de Janeiro deve aumentar 33% até 2033. É necessário uma política que reprima a expansão. Se a população é a mesma e se desloca, todos perdemos. E não há como se universalizar o serviço público, pois ele se tornaria cada vez mais caro”, alertou o arquiteto.

Além dos palestrantes, participaram pela ACRJ o presidente em exercício, Benjamim Nasário, o vice-presidente de Desenvolvimento Estratégico, José Antonio do Nascimento Brito, a vice-presidente de Patrimônio, Angela Fonti, e a presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Isaura Frega.

O webinar está disponível no Youtube, veja abaixo: