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Ruy Barreto Filho abriu a reunião

Conselho Superior discute projetos estratégicos da ACRJ e escolhe novo benemérito

O Conselho Superior da ACRJ realizou reunião, dia 18 de novembro, sob a presidência de Ruy Barreto Filho, com a participação do presidente da ACRJ, Josier Vilar; do diretor-secretário do Conselho Superior, Marco Antonio Moreira Leite; e do vice-presidente, Laudelino da Costa Mendes Neto.

Durante a reunião, o Benemérito Abel Mendes Pinheiro Júnior apresentou do nome do associado e atual conselheiro Fiscal Ney Roberto Ottoni de Brito para Benemérito do Conselho Superior, para preencher a vaga de Benemérito deixada por Maurício Dinepi. O nome de Ney Brito foi aprovado por unanimidade pelos presentes.

Em sua fala, Ruy Barreto Filho reforçou a necessidade de a Associação Comercial do Rio de Janeiro fortalecer sua atuação com foco claro no pequeno e médio empresário como base de receita, serviços e relevância institucional. Destacou a importância da reunião da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), realizada na última semana na sede da ACRJ, simbolizando o retorno da entidade ao sistema nacional e sua retomada de protagonismo.

“Assistimos a apresentações de associações comerciais bem-sucedidas no Brasil que oferecem serviços, parcerias e soluções para seus associados, um modelo que gera receita, atrai sócios e cria independência financeira. A ACRJ deve copiar boas práticas, ampliar sua base de serviços e tornar-se mais acessível ao pequeno e médio empresário”, disse, dando como exemplo a iniciativa do presidente Josier Vilar de criação do Ninho do Empreendedor, concebido para atrair esse público e garantir sua presença na Casa de Mauá.

Laudelino Mendes, Josier Vilar, Ruy Barreto Filho e Marco Antonio Moreira Leite

Josier Vilar adiantou a ativação do Instituto Mauá, que agora passa a ser o gestor dos projetos estratégicos da ACRJ, garantindo maior agilidade e aliviando a estrutura administrativa da entidade. “O Instituto Mauá já assumiu seu primeiro grande projeto, que é o rebranding da marca Rio, solicitado pela Prefeitura. A ACRJ contratou a Ana Couto, com apoio de empresas privadas, e entregará o projeto pronto à Investe Rio, que executará a implementação”, disse.

O presidente da ACRJ destacou ainda o avanço da criação do Ninho do Empreendedor, projeto-chave estratégico de sua gestão para ampliar receita e atrair novos associados, viabilizado com parcerias em fase final de formalização com instituições como Sebrae, Firjan, Junta Comercial, concessionárias de serviços e Defensoria Pública. O espaço funcionará na loja da ACRJ localizada na Rua Buenos Aires.

“O Ninho será um “poupatempo empresarial” para abrir e fechar empresas, negociar dívidas, acessar serviços da Receita Federal e obter capacitação integrada. Além disso, teremos um Núcleo de Inteligência Competitiva, com cientistas de dados e integração de bases da Junta Comercial, do Sebrae, e do IBGE, por exemplo, oferecendo diagnósticos demográficos e socioeconômicos para apoiar decisões de negócios”, explicou.

Ele também anunciou que durante o encontro da CACB, a ACRJ fez a adesão formal à central de rede, uma estrutura da Confederação das Associações que conecta todas as associações comerciais e disponibiliza os serviços existentes para que possam ser compartilhadas entre si.

Por fim, Josier Vilar anunciou a realização da quarta edição do Fórum Rio Empreendedor 2026, em junho do ano que vem, com o tema:
“Rio: cidade inteligente, digital e acolhedora”, explorando caminhos para tornar o Rio mais atrativo para morar, trabalhar, investir e visitar.

Palestra do professor Paulo Velasco

Na segunda parte da reunião, o professor Paulo Velasco, doutor em Ciência Política pela UERJ, fez uma palestra sobre “Os desafios e possibilidades do Brasil em face da nova ordem global”. Ele explicou que o Brasil hoje praticamente não possui acordos de livre-comércio.

“O que existe está concentrado no Mercosul, e mesmo assim com uma base extremamente limitada. Em 35 anos de existência, o bloco firmou apenas cinco acordos de livre-comércio com Egito, Palestina, Israel, Singapura e a Associação Europeia de Livre Comércio, composta por Suíça, Noruega e outros países, esses dois últimos que ainda não estão em vigor. Existe ainda a possibilidade de conclusão do acordo Mercosul–União Europeia, debatido desde 1999 e ainda sem consenso final. Em síntese, após três décadas e meia, o Mercosul acumula poucos parceiros, baixo alcance geoeconômico e tímida inserção internacional”, disse.

Paulo Velasco

Ele chamou a atenção para outro tema importante e impactante para o Brasil, que, de acordo com ele, precisa entrar no radar prioritário dos governos: o avanço acelerado do crime organizado transnacional. “Hoje, a América Latina se tornou o principal hub operacional dessas organizações. Os modelos de resposta variam país a país, mas a equação é simples, sem segurança, não há crescimento econômico, nem desenvolvimento sustentável, nem atração de investimentos”, afirmou.

E acrescentou: “o Rio de Janeiro sente isso na pele. Sempre convivemos com o crime organizado, mas o cenário atual é de outra magnitude. Estamos diante de estruturas criminosas transnacionais, verdadeiras multinacionais do crime, com governança própria, capacidade logística e presença simultânea em vários países”, finalizou.