O Conselho Empresarial de Habitação e Desenvolvimento Urbano da ACRJ recebeu, dia 4 de agosto, o vereador Pedro Duarte, presidente da Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara de Municipal do Rio, para um debate sobre a proposta do Conselho de transformar os trens suburbanos em um metrô de superfície, com intervalos regulares, conforto e qualidade de serviço para os usuários.
Segundo o presidente do Conselho, Sérgio Magalhães, há viabilidade técnica e econômica para transformar os trens suburbanos em um metrô de superfície. “Essa conversão permitiria alcançar até 2 milhões de passageiros por dia, sem a necessidade de aquisição de novos trens, mas com investimentos em infraestrutura, sinalização, estações e segurança”, explicou.
Hoje, de acordo com ele, a rede de trens conta com 270 km, sendo 220 km em áreas densamente povoadas. No entanto, sua capacidade está subutilizada. Enquanto atualmente transporta cerca de 300 mil passageiros por dia, na década de 1980 esse número chegava a 1,2 milhão, mesmo com uma população urbana menor do que a atual.
Embora sem jurisdição direta sobre o transporte de trens urbanos, de responsabilidade do Governo do Estado, Pedro Duarte disse que a Comissão não poderia tratar de desenvolvimento urbano ignorando a malha ferroviária. Ele falou sobre o diagnóstico realizado por sua equipe, chamado de “Caos nos Trilhos”, que apresentou um levantamento completo das condições dos ramais ferroviários a partir de visitas a todas as estações, material que foi entregue aos conselheiros durante o encontro.
“Mais de 30 estações foram vistoriadas, o que gerou um relatório técnico com imagens, vídeos e análise de campo. Este material foi apresentado na Câmara e compartilhado com entidades como o BNDES, servindo como documento de referência para debates futuros”, explicou.
O vereador adiantou que a situação encontrada é “inaceitável e representa um entrave ao pleno funcionamento do sistema ferroviário. A revitalização dos trens suburbanos é imprescindível para a mobilidade urbana e integração metropolitana, além de representar uma alternativa de transporte de massa mais barata e eficiente”, afirmou.
Segundo ele, a partir desse diagnóstico, os próximos passos incluem a cobrança de providências junto às autoridades estaduais e à nova concessionária, engajar os poderes públicos na recuperação da malha ferroviária e promover o debate público para manter o tema em evidência.
Os conselheiros se colocaram à disposição do vereador Pedro Duarte para colaborar da forma que possível, através da alta direção da ACRJ, já que esta é uma das prioridades do Conselho para os próximos dois anos. “A forma como o Rio de Janeiro responderá a esses desafios determinará se teremos uma cidade mais justa, integrada e eficiente. O momento de agir é agora”, afirmou o presidente do Conselho, Sérgio Magalhães.