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O Rio não pode retroceder

Mais uma vez, alguns representantes da aviação civil, inexplicavelmente, tentam esvaziar a exitosa operação de retomada de voos nacionais e internacionais para o Aeroporto do Galeão, propondo o retorno dos voos nacionais para o Santos Dumont e enfraquecendo o principal aeroporto da segunda maior economia do país.

Essa nova tentativa absurda de esvaziar o Galeão vai totalmente na contramão dos interesses do nosso estado e de todos os municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, e parece ter um claro interesse de inviabilizar economicamente o Galeão favorecendo aeródromos de outros estados.

Não faz o menor sentido querer transferir voos nacionais para o já sobrecarregado Aeroporto Santos Dumont, que já opera no seu limite físico, com filas de espera monstruosas para seu estacionamento, sem falar nos aspectos de segurança já intensamente demonstrados.

O Galeão está retomando seu protagonismo como porta de entrada dos voos internacionais mediante o hub de conexões com outras cidades que a recente medida de limitar a 6.5 milhões o número de passageiros para o Santos Dumont permitiu retomar.

Desde a implementação da limitação de 6,5 milhões de passageiros anuais no Santos Dumont, o Galeão registrou um aumento significativo na movimentação de passageiros internacionais de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, onde foi observado crescimento de 31,2% no período. Além de um crescimento de 49,4% no transporte de cargas, no mesmo período. A recuperação da conectividade aérea internacional pelo Galeão, que concentra voos de longa distância e operações de grande porte, é um reflexo direto da reorientação do tráfego aéreo, consolidando o Rio de Janeiro como uma importante porta de entrada no Brasil.

É inaceitável para o turismo, para a captação da movimentação de cargas, para os cidadãos que aqui vivem e para negócios da cidade que agora as autoridades responsáveis federais pela aviação comercial brasileira queiram mais uma vez retroceder e contribuir para o esvaziamento econômico do nosso estado mesmo depois da posição pública e clara do presidente da República, do governador do Estado e do prefeito do Rio de Janeiro no compromisso dessa retomada.

Ao contrário do que desejam, deveríamos estar criando políticas de incentivos de melhoria de logística de acesso para colocação de mais voos no Galeão, que possui ainda  muito espaço para crescer.

O trabalho de lobby pelo esvaziamento que tornaria insustentável economicamente o Galeão torna-se um vergonhoso desrespeito com a população carioca e com a economia fluminense.

Em defesa de um Rio de Janeiro atrativo para se viver, trabalhar, empreender, investir e visitar é fundamental um aeroporto internacional pujante e moderno.

O Rio de Janeiro não aceita o esvaziamento do seu icônico Galeão eternizado na música de Tom Jobim.

Josier Vilar – Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ

Luiz Césio Caetano – Presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN