A ACRJ recebeu, nesta 2ª feira (4/11), a rainha da região central de Kasaï, na República Democrática do Congo, Diambi Kabatusuila. Ela foi recepcionada pelos presidentes da ACRJ, Josier Vilar; do Conselho Superior, Ruy Barreto Filho; e a presidente do Conselho Empresarial de Comunidades, Novos Negócios e Economia Solidária da ACRJ, Célia Domingues, além de vice-presidentes, diretores e conselheiros da Casa de Mauá. Também participaram do encontro a presidente do Conselho Pan-Africano no Brasil, Priscilla Cadette, e o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Angola, Nayt Júnior.
Em visita ao Rio de Janeiro para encontros nas áreas cultural e social, a rainha manifestou o desejo de conhecer o trabalho desenvolvido pela ACRJ, através de seus diversos Conselhos Empresariais. A visita foi organizada pelo Conselho de Comunidades, através da presidente Célia Domingues e a conselheira Sylvia Costa.
Ao dar as boas-vindas à rainha Diambi, o presidente Josier Vilar destacou a importância das relações Brasil-África, mas ressaltou, especialmente, as questões de desigualdade econômicas e sociais nos dois países.
“A palavra-chave, Sua Alteza, que eu utilizo na minha administração é acesso. O que nós queremos, a partir da educação, é garantir o acesso de qualidade a todos que precisam dela. O que eu espero da ciência, tecnologia e inovação é acesso de forma equânime. O que eu preciso da cultura é que todos tenham acesso à cultura. A questão ambiental é que todos tenham um saneamento adequado, água potável, esgoto tratado, para toda a população. O nosso papel é este, e eu preciso muito da ajuda de pessoas influentes, como Sua Alteza, porque nós precisamos que o Brasil acorde para essa profunda desigualdade social que temos aqui”, afirmou.
A rainha disse que “o Brasil é um país maravilhoso, rico, cheio de oportunidades. E podemos trabalhar juntos, Brasil com a África, por causa dessa história em comum que nós dividimos. E isso será um presente e um dom para o Brasil, por causa do Brasil africano. E nós queremos essa parceria aqui no Brasil. Muitos povos passaram pela África, mas a maioria, infelizmente, não foi para lá para ajudar. E continuam ainda com essa mentalidade extrativista, usurpadora. Esse tipo de economia é insustentável. Nem aqui no Brasil, nem nos EUA, nem na Europa, nem na Ásia e, obviamente, também na África. Então, quem será o parceiro que entenderá a importância de ter uma relação de equilíbrio? Eu acredito que o Brasil é o parceiro”, garantiu.
Josier Vilar sugeriu, então, a assinatura de um Protocolo de Intenções para formalizar uma parceria conjunta em áreas a serem definidas, proposta prontamente aceita pela rainha Diambi.
A rainha também conheceu um pouco do trabalho realizado pelos Conselhos de Comunidades, Novos Negócios e Economia Solidária; Cultura; Educação; Inovação, Transformação Digital e Tecnologia; Meio Ambiente e Sustentabilidade; e Varejo, apresentado pelos respectivos presidentes dos Conselhos, Célia Domingues, Sérgio da Costa e Silva, Maíra Pimentel, Júlio Urdangarin, Paulo Pizão e Juedir Teixeira.
Na oportunidade, a rainha Diambi foi homenageada pelo presidente Josier Vilar com um certificado e a medalha bicentenário Visconde de Mauá, a maior honraria concedida pela Associação Comercial. Ela também recebeu um livro sobre a ACRJ outro sobre o varejo e uma boneca artesanal.
A rainha Diambi Kabatusuila foi coroada em 2016 como a governante do povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, da região central de Kasaï, que faz parte do antigo Império Luba. Ela detém o título de Diambi Mukalenga Mukaji Wa Nkashama (Rainha da Ordem do Leopardo).