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ACRJ promove painel para discutir esporte como prevenção à violência

A Associação Comercial do Rio de Janeiro promoveu o painel “Esporte Como Prevenção à Violência” na última quinta-feira, 2 de agosto, com a presença de importantes nomes do esporte nacional para debater a importância dessas duas iniciativas andarem juntas. Foram discutidas as Medidas Provisória 841 e 846: a primeira, aprovada em junho, retira recursos da Loteria Federal antes repassados a diversas áreas sociais, como o esporte, e redireciona para o Fundo de Segurança Pública; a segunda, que faz alterações na MP 841, foi publicada no dia 31 de julho e restabelece os repasses da loteria que haviam ido modificados pela 841 para o esporte. Assim, a área voltará a receber R$ 630 milhões.

O general de divisão Jorge Antônio Smicelato, diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, apresentou alguns projetos desenvolvidos pelas Forças Armadas para democratizar o acesso à prática da cultura do esporte. “Sabemos que o acesso ao esporte, principalmente pelos valores que estão por trás da prática, são importantes para o desenvolvimento da cidadania”, avaliou. O militar explicou que uma das parcerias que está sendo estabelecida mas ainda não está efetivada, é com o Comitê Olímpico Brasileiro. “Com 23 mil crianças atendidas, temos muito potencial para encontrar talentos”, explicou o general.

Para a vice-presidente do Conselho Empresarial do Esporte e CEO da ONG Sou do Esporte, Fabiana Bentes, é necessário o Ministério da Defesa investir também em atletas de alto rendimento, que são grandes inspirações para os alunos. Além disso, Fabiana comentou sobre as dificuldades enfrentadas por professores e jovens em regiões como o complexo de favelas da Maré. “É muito difícil trabalhar com esses profissionais, que não são soldados, e resgatar a autoestima deles. Eles chegam para dar aulas para crianças que também estão em zonas de confronto”, avalia. “Há, de um lado, uma falta de responsabilidade que vai crescendo assustadoramente dos governos, em trabalhar as comunidades de uma forma mais positiva. E, de outro, uma falta de visão de infraestrutura, de criar oportunidades, com qualidade”, completa.

Sobre menores infratores, a CEO do Sou do Esporte fez uma análise: “Estamos com um problema forte de menores infratores. Não apenas pela legislação, mas pela lotação de centro de detenção de menores. A primeira recomendação é que haja um programa de apoio do Ministério da Defesa para menores infratores. Isso pode ser uma parceria com o sistema S, não só de capacitação técnica, mas como oportunidade de desenvolvimento esportivo dentro desses centros”, sugeriu. “Precisamos ocupar a cabeça desses garotos e mostrar que há outra oportunidade de vida”, finalizou Fabiana. (LI ATÉ AQUI)

Outro convidado que falou sobre suas experiências no evento foi o atleta de natação da Vila Olímpica da Maré e do Botafogo de Futebol e Regatas, Vinícius Pereira de Souza. “A vila e o esporte sempre me ajudaram muito. Tenho muitos amigos que estão no tráfico e me dizem para continuar a nadar, porque essa vida que eles estão não é legal”, explicou o jovem. “Graças à natação e ao esporte, esse ano eu tive a felicidade de ganhar uma bolsa de 100% na faculdade onde eu estou cursando Educação Física, fazendo estágio, que é o meu ganha pão e o ganha pão lá de casa”, contou Vinícius.

Participaram do evento ainda os presidentes dos Conselhos Empresariais de Esporte e Segurança da ACRJ, Lars Grael e Luciano Saldanha, além do Tenente Brigadeiro Ricardo Machado, coronel reformado Marco La Porta, da Confederação Brasileira de Triathlon e Helio Meirelles, da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno.

Textual Comunicação
Assessoria de Imprensa da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)
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