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CE de Governança e Compliance debate Ética e Comunicação Não-Violenta e Criação de Programas de Compliance

Fundamentais nos relacionamentos profissionais, valores como compaixão e empatia vem sendo cada vez mais estimulados no local de trabalho por especialistas, a partir das ferramentas proporcionadas pela Comunicação Não-Violenta (CNV), desenvolvidas pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg. Nesta sexta-feira, 5 de julho, a Co-Fundadora e CEO da Be Coaching Brasil, Marie Bendelac Ururahy, foi recebida pelo Conselho Empresarial de Governança e Compliance da Associação Comercial do Rio de Janeiro para palestrar sobre a ética e a Comunicação Não-Violenta nos locais de trabalho.

Marie apresentou aos conselheiros uma pesquisa do neuroeconomista Paul J. Zak sobre a importância do respeito no local do trabalho, colocando o fator humano como essencial nas relações profissionais. “Ele fez uma pesquisa em milhares de empresas de todos os tamanhos durante mais de dez anos, analisando nessas empresas o elemento com maior correlação com os resultados econômicos positivos do empreendimento. Ele descobriu que o fator principal era a confiança.”

Segundo a pesquisa, funcionários de empresas que fomentam a confiança são 74% menos estressados, 76% mais engajados e 50% mais produtivos. Além disso, 40% menos sofrem crises de burnout (esgotamento profissional), 106% tem mais energia no trabalho e 29% estão mais satisfeitos com a vida. A pesquisa também revelou que as empresas são mais lucrativas, produtivas e registra menos faltas dos funcionários quando o fator confiança é considerado na elaboração de políticas e métodos internos. “Porém, a maioria dos CEOs não tomam atitudes para mudar o quadro de confiança na empresa. Eles não sabem por onde começar”, afirmou.

Ela citou como exemplo de liderança o CEO da Microsoft, Satya Nadella, que assumiu o cargo em 2014 com a missão de transformar a cultura da empresa. “A Microsoft tinha uma cultura de muita competitividade interna. Os casos de assédio também eram altos. Uma das primeiras coisas que ele fez foi pedir para que os funcionários lessem o livro Comunicação Não-Violenta, do Marshall Rosenberg.”

Segundo ela, Rosenberg, de origem judaica, questionava os motivos que levavam as pessoas a sofrerem assédio por causa da religião, do nome, da cor da pele. “Hoje, a CNV é ensinada em mais de 110 países. É ensinada nos cursos de Negociação de Harvard. Há projetos relacionados na ONU.”

A CNV é considerada por Marie como um tipo de “comunicação consciente”. Ela apresentou o trecho da obra de Rosenberg, no qual ele afirma que “ficamos perigosos quando não temos consciência de nossa responsabilidade por nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos.” 

Rosenberg estruturou a comunicação em dois pilares. Um deles seria a escuta empática, na qual a pessoa tem a possibilidade de ouvir e se colocar no lugar do outro, e a expressão autêntica, no qual a pessoa se comunica buscando não magoar o outro, o que não significaria não discordar do outro, mas apenas se responsabilizar pela forma da transmissão da ideia. “Devemos nos conscientizar de nossas atitudes e nossas palavras. A culpa não está no outro. Preciso saber qual é minha necessidade e expressar isso. Precisamos aprender a dialogar mais e a compreender mais. E a Comunicação Não-Violenta ajuda nesse sentido”, afirmou. 

Criação de Programas de Compliance

Diretor de Compliance da FSBPAR LTDA, Renato Cirne falou aos Membros do Conselho sobre a criação de programas de Compliance, a partir do trabalho que foi feito na própria FSB Comunicação, considerada a maior agência de comunicação esportiva da América Latina.

Ele apresentou uma linha do tempo sobre as medidas que foram tomadas ao longo dos anos na empresa, desde a criação de processos, seguida pela elaboração de um código de ética até a criação de uma auditoria interna, matriz de riscos, canais de denúncia, etc.. “Acho que o grande objetivo é interagir, debater sobre ética, Comunicação Não-Violenta e melhorar a cultura de integridade nas empresas”, disse.