Os eventos violentos que aconteceram na Zona Oeste da cidade, no dia 23, embora não estivessem na pauta original da reunião, foram tratados pelo Conselho Empresarial de Logística e Transportes da ACRJ, no dia 26/10, por conta do absurdo ataque à sociedade e ao sistema de mobilidade. Segundo dados apresentados pelo Rio Ônibus (Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do RJ), ao todo, 35 ônibus foram incendiados, sendo 20 deles de consórcios filiados ao Sindicato, representando, somente no dia 23, um prejuízo foi de aproximadamente R$ 30 milhões, que não são cobertos por companhias de seguro. Cada ônibus incendiado deixará de transportar cerca de 10 mil passageiros por mês. Este ano, até agora, já são contabilizados 57 ônibus incendiados, sem contar os 200 incidentes em diversas localidades da região metropolitana.
Os conselheiros entendem que são emergenciais propostas efetivas para interromper este ciclo de violência na cidade, que afeta a questão do transporte público, da mobilidade e a vida do cidadão. Decidiu-se que o Conselho vai propor a realização de uma reunião com os demais Conselhos da ACRJ, e representantes de outras instituições privadas, com integrantes do Poder Público.
Na segunda parte da reunião, o vice-presidente do Conselho, Delmo Pinho, fez uma apresentação sobre “RJ – Recuperando a Potência Logística”, onde apontou diversos gargalos para o desenvolvimento econômico-social do Estado do Rio, entre eles a violência. Segundo ele, a insegurança pública inviabiliza o dia a dia dos cidadãos e das empresas, trazendo intranquilidade e reduzindo fortemente a competitividade dos negócios.
Ele apresentou dados sobre a movimentação de cargas em contêineres, concessão de rodovias, logística e comércio exterior, entre outras questões onde o Rio de Janeiro vem perdendo competitividade. Apesar disso, Delmo Pinho também mostrou algumas vitórias do Estado, como o início da execução da dragagem e ampliação dos acessos aos terminais de contêineres para o acesso pleno de navios 366m; a limitação operacional do Santos Dumont e início de migração de voos para o Galeão; a finalização da repactuação das concessões da BR 040 Rio/Juiz de Fora e da BR 101 N, entre outras.
Ele destacou que o Conselho deverá direcionar seus esforços para melhorar o ambiente de negócios nos segmentos empresariais em que atua, tendo como parâmetro os estados concorrentes do Rio na logística de transportes e mobilidade. E destacou algumas metas para o próximo ano, como apoiar as iniciativas de melhorias previstas para os Concessionários CCR RioSP e Eco RioMinas, no que se refere a Nova Serra das Araras, e ao desenvolvimento do Arco Metropolitano, incluindo o trecho Magé / Manilha; e atuar na questão da Transição Energética no setor de transportes, em conjunto com os conselhos com interface na área; apoiar a viabilização da ferrovia EF-118 Rio/Vitória e do corredor ferroviário Varginha/Angra e ampliação do Trem Turístico de Miguel Pereira (trecho Gov. Portela a Conrado), e outras.