Brasil-Japão: intercâmbio, cultura e culinária foi o tema do seminário promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro, dia 26/9, e organizado pelo Conselho Empresarial de Jovens da ACRJ. Na abertura do encontro, o presidente da Associação, José Antonio do Nascimento Brito, destacou a importância da cultura japonesa no Brasil. “Ela é impressionante e se mostra de várias maneiras, não somente por sua culinária excepcional. O Brasil reúne a maior comunidade do Japão no exterior e está espalhada por várias regiões brasileiras. E o contato com a sua cultura é extremamente educativa”, ressaltou.
José Antônio esteve acompanhado do cônsul-geral do Japão no Rio de Janeiro, Ken Hashiba; do vice-presidente do Conselho Superior da ACRJ, Ruy Barreto Filho, e do presidente do Conselho de Jovens, Pedro Rafael. O cônsul-geral explicou o papel do Consulado, que além da emissão de vistos aos viajantes que querem conhecer o país, trabalha promovendo cooperação econômica, apoia projetos sociais, concede bolsas para estudantes brasileiros e difunde a cultura japonesa por meio de eventos.
“A culinária japonesa é muito diversa e engloba uma variedade de ingredientes. Cada região do país possui seu prato típico e sua especialidade”, disse. Ken Hashiba lembrou ainda que em 2013, a Unesco reconheceu a culinária tradicional japonesa como patrimônio cultural intangível da humanidade “pela sua singularidade e cultura que deve ser transmitida ao futuro”.
Ruy Barreto lembrou a relação comercial de 30 anos que a empresa de sua família tem com o Japão na área do café. “Este produto é a cultura mais antiga na relação bilateral Brasil Japão”, disse. Pedro Rafael falou sobre o significado deste evento, que apresentou aos jovens as oportunidades de estudo no Japão, através das bolsas de estudo oferecidas pelo governo. “É muito importante este intercâmbio. Também estamos de portas abertas para receber os jovens que queiram participar do nosso Conselho. Trabalhamos em prol do empreendedorismo e da formação de líderes, empenhados, junto com a ACRJ, nessa retomada do Rio de Janeiro como um importante local para fazer negócios”, afirmou.
No primeiro painel, mediado pela vice do Conselho de Jovens, Diana Oliveira, foi apresentado o programa de bolsas de estudo. A assessora Cultural do Consulado Japonês do Rio de Janeiro, Gabriela Yussa, explicou que através do MEXT (Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia), intermediado pelo Consulado, são disponibilizadas anualmente bolsas de estudo para brasileiros. As áreas são: pesquisa (pós-graduação), graduação, escola técnica, curso profissionalizante, treinamento de professores e língua e cultura japonesa.
Gabriela informou que a bolsa MEXT oferece aos aprovados no processo seletivo, bilhete de ida e volta ao Japão, isenção e taxas acadêmicas, curso de língua japonesa ou curso preparatório no primeiro ano de estudo e bolsa mensal para custear moradia, alimentação e outras despesas pessoais. A duração de cada curso varia de dois a sete anos.
De acordo com ela, atualmente o país tem 242 mil estudantes estrangeiros e 39 universidades japonesas estão entre as mil melhores do mundo. “O Japão ocupa o segundo lugar no ranking de uso de robôs industriais e o décimo no índice global da Paz”, acrescentou. Os interessados em obter informações sobre as bolsas de estudo entrar em contato pelo email: bolsa@ri.mofa.go.jp ou pelo telefone: 2240-2383.
A professora do Instituto Cultural Brasil-Japão, Raquel de Mello Guimarães, contou sobre sua experiência como bolsista e sua relação com o país oriental. “Me interessei primeiro pela cultura pop e pelos mangás, como vários adolescentes. Mas aos 13 anos comecei a estudar a língua. Ir para o país me tornou a profissional que sou hoje”, disse. Formada em Letras, Raquel deu aulas de japonês para brasileiros no Projeto Idioma Sem Fronteiras, que lhe proporcionou a chance de ir para o Japão como bolsista. Também participou do painel a governadora do Lions Clube do Distrito LC1- RJ, Pulucena Pereira Medeiros Malta da Silva.
Encerrando o seminário, o painel “Culinária e Cultura” apresentou a comida típica e o arroz japonês, especialmente, sob o ponto de vista histórico e sua relevância cultural. Também abordou a presença japonesa no mercado brasileiro de restaurantes. “ O Brasil reúne cerca de três mil restaurantes, a maioria em São Paulo, sendo o Rio o segundo mercado, com quase 300 restaurantes”, informou do chef e conselheiro diretor do Sindrio, Ricardo Norio Tasaki. Este painel ainda contou com a participação do diretor-presidente da JETRO (Japan External Trade Orgazination), Hiroshi Hara, e da analista de Comércio Exterior da JETRO, Elina Yukiko Oshima Kawaguchi. Ao final, a sócia da Hinata Bufê, Mayumi Muto, ofereceu uma degustação da comida japonesa aos participantes do encontro.